Sei por mim e também me foi dito. Que às vezes; naquelas em que mais me compensa eu saber explicar-me, há qualquer coisa que se fecha para dentro, imagino eu mais ou menos em forma de açude, aqui algures entre os pulmões e a língua, e que, na altura de falar, me engasga, com a eficácia de um sufoco, um muro onde batem com força todas as palavras que eu gostava de dizer. Acabam por voltar todas de escantilhão para o sítio de onde vieram, confundindo-se com as que estavam por vir e ó santinha confusão, que uma pessoa fica com vontade de se transformar em qualquer bicho que saiba esconder a cabeça. Mil vezes me ponho a pedir que não me atirem então com mais perguntas, nem as já cozinhadas, e acaba-se ali a conversa que para responder os meus minimais sim e não, mais vale estar quieta e muda, porque factos são uma coisa mas estórias são muitas. Se fico desapontada, fico, porque não sou mulher dada a ficar-se pelas ideias do seu próprio bolso. Nem de trazer desaforo para casa, como dizem elas, nas telenovelas.
Mas, não tirando justiça às minhas considerações, se há aquelas pessoas a quem importa dizer, também há as que mais vale deixar contar. Não é assim? Agora o que o doutor, que é pessoa ensinada, vai ter que avaliar, é a razão de eu fazer precisamente o contrário. Eu desconfio, mas quem sou eu...
3 comentários:
Desconfiar é bom.
Desconfio do mesmo!
Desconfio que somos parecidas...:)
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