Se houve uma dura verdade a pairar sobre aquela tarde amena deste verão já prolongado, eu não me lembro de a ter querido conhecer. Limitei-me apenas a chegar até à esplanada, sentar-me a uma mesa com os amigos e deixá-los falar. Estávamos distraidamente entalados entre o mar e o rio: duas tonalidades de azul profundo. Eu não pedi café. Tornar-se-ia demasiado amargo.
Eis que, na minha resposta passiva (quase inerte) à pergunta vulgar E tu, como estás? foi decifrada por eles uma espécie de estado de emergência no qual me riscariam na testa qualquer coisa como: Eu Não Percebo Nada da Vida.
Até aí, gostava de adormecer a pensar que sim.
Corri em direcção à água e mergulhei com os olhos abertos. Só no silêncio turvo daquela imensidão fria, funda e cheia de vida reconheci que a conversa com os meus amigos tornava calma a minha agitação oculta. Dali em diante era aquele o momento que definiria a minha condição: somos sempre sozinhos. Sentimos sempre sozinhos.
Eis que, na minha resposta passiva (quase inerte) à pergunta vulgar E tu, como estás? foi decifrada por eles uma espécie de estado de emergência no qual me riscariam na testa qualquer coisa como: Eu Não Percebo Nada da Vida.
Até aí, gostava de adormecer a pensar que sim.
Corri em direcção à água e mergulhei com os olhos abertos. Só no silêncio turvo daquela imensidão fria, funda e cheia de vida reconheci que a conversa com os meus amigos tornava calma a minha agitação oculta. Dali em diante era aquele o momento que definiria a minha condição: somos sempre sozinhos. Sentimos sempre sozinhos.
7 comentários:
Um mergulho bem profundo...
Gostei de ler :)
Duas verdades essenciais.
Resta-me desejar-te uma solidão bem acompanhada ;)
bjo
somos numeros impares, e uns desgraçados ainda são primos, mas Somos, que se lixe!
esplêndido.
mergulhamos contigo :)
Só não te esqueças de vir à tona respirar.
E descansa. Tenho ar para partilhar.
Há mar e mar.
E há a Pilar.
; )
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